Romance do ator, jornalista e ficcionista Adriano Garib, aposta no lado humano de seus personagens utilizando-se de um intenso realismo.
No epicentro da história está Angelo, artista com sua obra inacabada, que se arrasta por toda a sua vida, e orbitando ao seu redor estão outros três personagens, Tina, Zilda e Francisco, que podem ser comparados a um quarteto de cordas pelo entrelaçamento musical de vozes.
A cada personagem, não por acaso, é aplicada uma conjunção promominal específica. A parte de Angelo é narrada em terceira pessoa com alternâncias para a primeira; já a de Tina surpreende pela velocidade em que nos é contada, em primeira pessoa, sem qualquer pontuação, simulando o fluxo de pensamento minutos antes de dormir.
A terceira, Zilda, segundo o autor, é uma anti-heroína melodramática e vê-se 20 anos de sua vida desenrolar pelas páginas da obra, também narrada em terceira pessoa e com alternâncias para a primeira. Por último está Francisco, um senhor acima dos 90 anos em que toda sua jornada é contada em segunda pessoa. Personagem que ganha tamanha ênfase no romance e que chega a despertar a dúvida no leitor sobre quem está no epicentro desta saga.